Mais espaços verdes associados a ossos mais fortes em crianças, revela estudo

Mais espaços verdes associados a ossos mais fortes em crianças, revela estudo

Um estudo descobriu que quando as crianças vivem em áreas com mais espaços verdes, elas têm ossos mais saudáveis. Seus ossos podem ficar mais fortes apenas por estarem perto da natureza. O estudo é o primeiro desse tipo.

Os cientistas demonstraram que as crianças que vivem em áreas com 20-25% mais espaços naturais melhoraram a resistência óssea. Este aumento de força é como o crescimento que ocorre em meio ano.

As crianças que viviam perto de mais espaços verdes também têm um risco 65% menor de terem densidade óssea muito baixa.

Espaços verdes são a chave para ossos mais fortes em crianças

Passar mais tempo na natureza é benéfico para as crianças (Imagem via Unsplash/Max Goncharov)
Passar mais tempo na natureza é benéfico para as crianças (Imagem via Unsplash/Max Goncharov)

A força óssea aumenta durante a infância e a adolescência. O crescimento desacelera até cerca de 50 anos, após o qual começa a declinar. Proporcionar às crianças áreas verdes maiores e mais acessíveis pode ajudar a prevenir problemas como ossos quebrados e osteoporose quando envelhecem, de acordo com os pesquisadores.

A razão por trás dos espaços verdes e dos ossos mais fortes pode ser a atividade física. As crianças que moram perto de parques podem ter níveis mais elevados de atividade física, o que ajuda os ossos a crescer. Em particular, os espaços verdes com árvores parecem ter o efeito mais forte. Os cientistas acham que pode ser porque esses lugares são mais atraentes para visitar.

O professor Tim Nawrot, da Universidade de Hasselt, na Bélgica, compartilhou suas idéias sobre o estudo. Ele disse:

“Quanto mais forte for a massa óssea durante a infância, mais capacidade você terá para mais tarde na vida.”

Ele acredita que os planejadores urbanos podem criar ossos mais fortes para as crianças e ter um impacto duradouro na sua saúde.

Benéfico também para a saúde mental (Imagem via Unsplash/Aditi Gautam)
Benéfico também para a saúde mental (Imagem via Unsplash/Aditi Gautam)

Muitos estudos anteriores mostraram que ter mais espaços verdes aumenta a atividade física das crianças. Existem também outros benefícios para as crianças, como menor risco de excesso de peso, menor pressão arterial, maior QI e melhor bem-estar mental e emocional.

Para os adultos, os espaços verdes também têm sido associados a uma melhor saúde física e mental. No Reino Unido, as caminhadas na floresta poupam cerca de 185 milhões de libras por ano em custos de saúde mental.

Crescimento ósseo de meio ano ligado a viver perto de espaços naturais

Densidade óssea mais forte (Imagem via Unsplash/Edward Wilson)
Densidade óssea mais forte (Imagem via Unsplash/Edward Wilson)

Mais de 300 crianças da Flandres, Bélgica, participaram no estudo. As crianças viviam em diferentes áreas, como áreas urbanas, suburbanas e rurais.

A densidade óssea das crianças foi medida por ultrassom quando elas tinham entre quatro e seis anos. Foram considerados fatores como idade, peso, altura, etnia e escolaridade das mães.

O estudo descobriu que crianças que viviam em uma área com 25% mais espaços verdes em um raio de 1.000 metros tinham um risco 66% menor de ter densidade óssea muito baixa. A pesquisa não mostrou nenhuma diferença entre meninos e meninas.

Segundo os investigadores, o baixo crescimento ósseo numa idade jovem desempenha um papel crucial no desenvolvimento da osteoporose mais tarde na vida, tal como a perda óssea devido ao envelhecimento.

Pode prevenir a osteoporose nas fases posteriores da vida (Imagem via Unsplash/Edward Wilson)
Pode prevenir a osteoporose nas fases posteriores da vida (Imagem via Unsplash/Edward Wilson)

A equipe verificou se outros fatores, como tempo de tela, suplementos vitamínicos ou consumo diário de laticínios, afetaram os resultados das crianças, mas não encontraram impactos significativos.

O estudo demonstra uma forte ligação entre a resistência óssea das crianças em áreas verdes próximas, mas não conseguiu provar isso diretamente. Para fazer isso, as crianças precisariam usar dispositivos que registrassem sua atividade física.

O professor Nawrot disse: “Essa não seria uma experiência muito fácil de fazer”.

Dois estudos recentes sobre a densidade óssea em adultos e espaços verdes forneceram resultados mistos.

Um estudo realizado no sudoeste da China, envolvendo 66 mil pessoas, encontrou uma ligação positiva, enquanto uma investigação realizada em 4 mil pessoas com mais de 65 anos em Hong Kong não encontrou nenhuma associação convincente. A razão pode ser que Hong Kong é uma cidade densamente povoada com poucos espaços verdes.

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